Histórias de Busão

Uma história de amor e ódio àquele que me conduz diariamente ao meu destino. Busão, sei que um dia ainda vou lhe agradecer muito.

domingo, janeiro 22, 2006

O Mundo

Você que já esteve no céu
Foi tudo divertido pra você?
Chega a hora então de provar tudo que existe
Tire agora os sapatos, jogue tudo pro alto, sinta o chão
Pra aprender a andar descalço
Nesse mundo de asfalto e sem coração
Até que o mundo gire ao seu redor

Obrigado por passar mas estou de saída
Tem alguma coisa nova pra fazer?
Vamos lá então ter um dia diferente
Eu só quero curtir, ficar a toa, viver numa boa
E você quer respostas, exige provas, músicas novas
Até que o mundo gire ao seu redor

Vão falar que você não é nada
Vão falar que você não tem casa
Vão falar que você não merece, que anda bebendo e está perdido
E não importa o que você dissesse
Você seria desmentido
Vão falar que você usa drogas e diz coisas sem sentido
Se eu for ligar para o que é que vão falar não faço nada

Eu procuro tentar entender
Porque eu sou tão importante pra você
Já que é bem melhor ser importante pra si mesmo
Eu não quero mudar, ser mais discreto, ser mais esperto
Já cansei de propostas de dar respostas e ter que dar certo
Até que o mundo gire ao meu redor

Vão falar que você não é nada
Vão falar que você não tem casa
Vão falar que você não merece que anda bebendo e está perdido
E não importa o que você dissesse
Você seria desmentido
Vão falar que você usa drogas e diz coisas sem sentido
Se eu for ligar para o que é que vão falar não faço nada

Capital Inicial

sábado, janeiro 21, 2006

Não fui à praia hoje. Tava todo mundo ocupado demais pra me dar atenção.

quarta-feira, janeiro 18, 2006

Quando me acordo, a primeira coisa que vejo: estabilizador, monitor e caixas de som, tudo ligado. Tinha que ligar o PC pra ver se estava tudo OK (o anterior pipocou apenas ao ligar o estabilizador), a energia lá não é das mais estáveis.

Bom, mas já que ligou, vamos arrumar uma utilidade: ouvir música. Não tenho o hábito de me arrumar de manhã ouvindo música, mas estou tentando fazer das insuportáveias primeiras horas da manhã um horário como todos os outros. Pronto. Botei um CD do Offspring e ouvi She's got issues duas vezes. Depois botei umas mp3 do Pavement (Spit on a stranger, You are a light, Cream of gold e Major Leagues). Depois, desliguei, comi e fui embora.

Fui o suficiente para meu início de dia ser melhor.

terça-feira, janeiro 17, 2006

Cheguei há pouco do médico, tomei banho e agora estou aqui, diante de Thomas (para quem não conhece, esse é o nome do meu PC). Coloquei Smash para ouvir (um álbum que carrega consigo um trecho legal da minha vida) e estou agora escutando Self Steem, uma música com que me identifiquei muito. Voltei do médico com um pouco menos de fé do que fui.
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Situando os fatos... (Vou ter que voltar um pouco até o ano passado.)
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Quando o recesso começou, eu estava ávida para fazer muita coisa que não tinha tempo de fazer e, ao mesmo tempo, muito cansada. O Natal foi tranqüilo (apesar do estresse por minha prima — maior de idade, vacinada — ter feito uma tatuagem). Como combinado, planejado, replanejado, ultraplanejado, eu e meu namorado fomos para Porto. Foi um bom passeio (apesar de o primeiro dia não estar ensolarado e tal), me diverti e até descansei. Apesar do medo de viajar (uma espécie de pressentimento ruim), tudo correu bem.

Voltamos no início da tarde do dia seguinte. Almoçamos com Mainha, e, depois do almoço, tudo começou. Um dor entre o abdômen e o tórax, que a princípio parecia gases, evoluiu para uma situação insuportável, quando até a respiração doía. Tarde da noite, sem transporte para me remover até um hospital, a solução foi ligar para o plantão e ser consultada... por telefone! Nada de gases, uma dor muscular decorrente de esforço físico, tomo eu um relaxante muscular. Esse relaxante me causa uma gastrite, e aí começa todo o estresse. (Not the one, eu adoro essa música.)
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Não achei a melhor das idéias amanhecer o dia 31 de dezembro num hospital, mas fazer o quê? A dor no estômago já estava insuportável. “Suspenda o Tandrilax, tome Dorilax, Dimeticona, além de uma injeção de Ranitidina com Buscopan.” Para a dor, foi mesmo que água. Como se não bastasse o fim de ano ser sempre uma época conturbada entre mim e meu namorado (por questões “ideológicas”) e eu estar com TPM, tinha isso: passar o réveillon com dor e sem poder comer comidinhas de festa.
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O primeiro dia do ano foi meio conturbado, não senti grandes melhoras e ainda briguei horrores com meu namorado. Tinha que melhorar de qualquer jeito, pois a chave do escritório estava comigo, e amanhã eu tinha que estar lá cedo.
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No primeiro dia de trabalho, amanheci com frio e dor de garganta, depois de uma noite maldormida. “O que será que está me acontecendo? Mais um problema?!” Fui ao trabalho. A dor de cabeça era tanta que eu chorava no ônibus e tava nem aí pra quem olhasse. Abri lá e, para minha sorte, demorou a chegar todo mundo e eu poder ir embora. Fui ao hospital, e aí a médica passou uma dieta detestável, Omeprazol e disse que a dor de cabeça era da gastrite e que estava tudo bem com minha garganta. Me deu atestado para apenas um dia. Volto para casa e passo a tarde queimando de febre e com dor.
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No dia seguinte, claro que não tinha condições de trabalhar. Vou ao otorrino, e descubro que estou com uma amidalite dos dois lados. P*** que pariu, mais uma! “Dobra a dosagem do Omeprazol para proteger o estômago, você vai precisar de antibiótico.” Levoxin.
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Tandrilax, Dorilax, Dimeticona, Ranitidina, Buscopan, Omeprazol, Levoxin. Mais de R$ 100,00 em remédios. O saldo dessa história toda.
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Passei a semana me queixando da sorte, dizendo que estavam me macumbando, que tinha alguém com inveja de mim e coisas do tipo. Mas eu sabia que a única pessoa que estava puxando minha vida para baixo era eu mesma. Por que estava me comportando (ou sentindo) assim, não sei, mas sentia que a culpa era minha. Talvez pessimismo. Talvez falta de auto-estima. Talvez insegurança. Talvez ansiedade. Ou tudo junto.
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O quê? Listão?! Pronto: mais um motivo para me estressar. Ta bom: não estudei, não era a grande meta da minha vida, mas aquele ritual social que envolve o vestibular me deu nos nervos. Mas que surpresa: eu passei.

(Está tocando She’s got issues. Tenho a impressão de que essa música foi feita para alguma pessoa muito parecida comigo. Principalmente aos 17. Talvez por isso seja minha preferida. Quem conhece sabe.)
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Meu irmão veio passar um tempo aqui devido à cirurgia da filha mais velha. Não deu pra conhecê-la, mas, fazer o quê? Ainda não foi dessa vez. Estava há quase três anos sem vê-lo, ele ainda não conhecia meu namorado. No FDS, ele esteve aqui, junto com alguns amigos e meu namorado. Depois estendemos a farra no Burburinho. Não gostei daquele lugar, mas quando teria outra oportunidade de sair com meu irmão? Cheguei em casa às 5h30 da manhã.
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Eu achei que viria meu irmão antes de viajar, mas não deu. Isso me deixou muito triste. Também não deu pra ver meu namorado, pois ele estava de plantão. Resumindo: o domingo foi um dia sacal.
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Ler algo na Internet sobre depressão, borderline, distimia, ansiedade me encorajou a conversar com Mainha sobre o assunto. Eu sempre entendo essas coisas como sinais, e eu realmente não estava conectada naquele momento para ler sobre isso. O assunto veio parar na minha mão por acaso, pelo Orkut, e eu vi que necessitava investigar aquilo.
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O que me faz chorar com muita freqüência, não ter saco para fazer nada (inclusive o que gosto), não suportar olhar para um prato de almoço, sentir um sono incontrolável e um frio noturno em pleno calor intenso do verão recifense? Isso me fez procurar um médico hoje, mesmo com medo de sair cheia de receitas de tarja-preta. “Você está bastante estressada e abalada emocionalmente, o que está interferindo no funcionamento de alguns órgãos vitais. Preciso de alguns exames para saber se isso já afetou suas taxas. Vou passar um medicamento fitoterápico, que nem precisa de receita especial.” Um bom médico. Só acho que Valeriana não vai resolver essa tristeza constante que estou sentindo, sem o menor motivo aparente. Mas vou tentar. Torço para que não me dê sono.
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Acabo de receber um telefonema de uma amiga da minha mãe que toma Valeriana. Disse que era um bom antidepressivo, que fazia efeito, que dava apenas um pouco de sono. Vejamos.
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Me esforcei para usar meu poder de síntese. Não deu.