Histórias de Busão

Uma história de amor e ódio àquele que me conduz diariamente ao meu destino. Busão, sei que um dia ainda vou lhe agradecer muito.

domingo, janeiro 28, 2007

Head Over Feet

I had no choice but to hear you
You stated your case time and again
I thought about it

You treat me like
I'm a princess
I'm not used to liking that
You ask how my day was

You've already won me over in spite of me
And don't be alarmed if I fall head over feet
And don't be surprised if I love you for all that you are
I couldn't help it
It's all your fault

Your love is thick and it swallowed me whole
You're so much braver than I gave you credit for
That's not lip service

You are the bearer of unconditional things
You held your breath and the door for me
Thanks for your patience

You're the best listener that I've ever met
You're my best friend
Best friend with benefits
What took me so long

I've never felt this healthy before
I've never wanted something rational
I am aware nowI am aware now

Alanis Morissete

sábado, janeiro 06, 2007

Busão 2007

De volta para o busão. Agora, modelo 2007. Mas, antes, vamos fazer uma avaliação de desempenho do Busão 2006.

O Busão 2006 andou bastante: algumas vezes devagar, é fato. Mas que andou, andou. E por uns lugares que eu nem imaginava conhecer. Alguns que nem desejei ter conhecido, mas que foi muito massa conhecer. A viagem foi longa. Foi uma temporada de muita mudança, e posso afirmar que o saldo foi positivo. É claro, toda viagem tem sempre seu lado desgastante, mas é muito bom quando a gente sai renovada...

O Busão 2007 é muito maior: articulado e tudo! Cabe muito mais gente, e isso tem o lado positivo e o negativo. Cabe muita gente boa, mas cabe muito meliante também. Então, cabe a nós fazer a nossa parte para que no nosso Busão 2007 apareça muito mais gente boa do que meliante. E se eles insistirem em embarcar no nosso busão, também nos compete encontrar o caminho mais rápido da sua parada: pra que eles desçam logo e possamos seguir nossa viagem sossegados. Porque, como eu disse, o Busão 2007 é grande. E a viagem, maior ainda!

(Eu já me divirto com metáfora nonsense...)

segunda-feira, dezembro 25, 2006

Natal

Agitação, farra, consumo... Não vou cair naquele velho clichê de que esse não é o verdadeiro espírito do Natal etc. etc. etc. Também não vou engrossar o coro dos chatos de plantão que insistem em repetir: "Não adianta abraçar a pessoa com quem você brigou o ano todo", "Não adianta ser solidário uma vez por ano", "Não adianta refletir uma vez por ano", etc. etc. etc. Mas... quer saber? Não concordo com nada disso. Acho que adianta, sim. Claro que adianta! Uma é melhor que nenhuma, duas é melhor que uma e assim sucessivamente. Óbvio que seria bem melhor se fosse o ano todo. No famoso "mundo cão" de que as pessoas tanto falam, qualquer segundo de reflexão é válido. Porque, quando a gente decide ser melhor, agir melhor, mesmo que seja só por um dia (ou algumas horas), algo de bom fica, alguma lembrança, algum aprendizado... e isso se soma com o tempo. Bom, em vez de condenar todo mundo e dizer que isso é hipocrisia, gostaria de dizer que vale a pena.

E, mesmo nesse mundo onde afirmam não haver pessoas unidas que estendem o espírito de Natal ao ano todo, eu sei que há. Ontem passei o Natal com um pessoal muito gente boa, uma família que valoriza mesmo essa coisa de se reunir, de festejar, mas sem deixar de lado o espírito religioso que é o verdadeiro sentido dessa festa. Porque festejar, comer, ouvir música, trocar presentes, beber, nada disso exclui o lado religioso da celebração. Por isso, além de me divertir, voltei pra casa sentindo uma paz enorme.

Pessoal, já que não dá mais tempo de desejar Faliz Natal, desejo que as possíveis reflexões feitas ontem e hoje se estendam ao ano todo. E que todos fiquem em paz.

domingo, fevereiro 12, 2006

Era fevereiro de 2000. Dias difíceis aqueles, em que ela quase diariamente sentia algum tipo de angústia, sabe-se lá por quê (nem ela mesma sabia).

Naquele dia, como em todos os outros, almoçou e foi à escola. Subiu no ônibus e sentou ao lado de um casal de idade madura. Segundos depois, deparou-se com uma discussão do casal. Não demorou muito para que as agressões verbais que o homem dirigia à sua mulher se transformassem em agressões físicas. O homem se levantou e começou a batê-la violentamente.

Assustada com abriga do casal, ela se levantou e sentou num lugar bem distante dos dois. Mas não conseguia se desligar daquilo. Queria atirar uma pedra no homem. Queria pedir que a mulher reagisse, que não deixasse ele fazer aquilo, que nunca o perdoasse.

Depois de muita pancada, o motorista parou o ônibus e ameaçou expulsar os dois ou parar numa delegacia se o homem não parasse de espancar a mulher. O casal se acalmou, mas ela, sentada naquele cantinho distante dos dois e tantando esquecer o que vira, chorava discretamente. Desejava que a escola chegasse logo e ela não precisasse mais ficar no mesmo ônibus que aquele monstro.

Entrou na sala de aula, atirou os livros sobre a carteira, dirigiu-se a um banco no corredor e pôs-se a chorar. Minutos depois, algumas meninas das mesma turma se aproximaram. Perguntavam-lhe o que tinha acontecido, por que ela chorava tanto. Mas ela não conseguia responder, apenas chorava.

Tiveram uma idéia. Alguém conseguiria fazê-la falar: era a psicóloga do Serviço de Orientação Educacional, que tinha uma salinha confortável, cheia de almofadas e incensos, onde aplicava testes vocacionais e conversava com os alunos. Depois de muito tempo deitada naquelas almofadinhas, perguntaram-lhe novamente o que tinha ocorrido:

- No ônibus tinha um cacsal brigando.
- E?
- O homem bateu na mulher. Segurou-a pelos cabelos e jogou sua cabeça contra o vidro.
- Aconteceu algo com a mulher?
- Claro: a mulher foi espancada em público. Aquilo deve ter doído muito. O homem poderia tê-la matado.

Mantiveram-se em silêncio. Alguém porguntou:

- Ela era conhecida sua? Parente?
- Não.

Naquele momento, a menina se sentiu ainda pior. Ela poderia quase que ler o pensamento das outras meninas. "Uma garota louca, que se desespera ao ver uma ilustre desconhecida apanhar." Ou como costumavam dizer à mãe dela quando ela era criança: "Ela é nervosa".

Mas a tristeza dela pouco tinha a ver com o juízo de valor a seu respeito. Era a constatação do que para ela era terrível: a banalização da desvantagem feminina, a falta de solidariedade humana - o poder de as coisas só atingirem as pessoas quando acontecem com elas ou diretamente ligadas às pessoas de quem gostam.

Voltou para a sala de aula, mas tinha recebido a grande lição daquele dia antes mesmo de a aula começar. Aprendera que ser mulher era difícil em todos os aspectos. E que mais difícil ainda era ser humano. Em todos os sentidos que essa palavra contempla.

domingo, fevereiro 05, 2006

"Schneider, em 1958, apresentou uma descrição de personalidade depressiva, atualmente incluída no diagnóstico de Distimia. Para ele, tais pessoas que deploram o passado e temem o futuro (expressão usada muitos séculos antes por Sêneca em A Tranqüilidade da Alma) apresentam seis características fundamentais. Elas são:

1. pessimistas, tristes, sérios, incapazes de prazer ou relaxamento;
2. ansiosos;
3. sempre preocupados;
4. cumpridores do dever;
5. céticos;
6. autocríticos ferrenhos. "

Estou com medo de não escapar dos temíveis traja-preta.

Depois de quase um mês tomando Valeriane, senti apenas melhora na tensão física, no enfado constante que sentia. Durmo melhor e me sinto fisicamente mais disposta. Mas atenção: fisicamente. Apenas.

Continuo muito triste. E, somado à tristeza, tem aquele sentimento de culpa, porque eu não tenho absolutamente nenhum motivo para me sentir assim: tenho saúde, a oportunidade de trabalhar no que gosto, estou me formando, realizando um sonho que tinha desde a pré-adolescência. Mas não consigo controlar o impulso de reclamar de tudo, é muito mais forte do que eu. Eu queria tanto que as pessoas entendessem mais e criticassem menos. Queria tanto que elas fossem pacientes com meus surtos de mau humor. Eu também me sinto muito culpada por isso.

Às vezes fico irritada por ver as pessoas felizes. Aí eu me sinto pior porque me sinto desumana. E eu sei que não desejo mal a ninguém.

Eu quero melhorar, mas não sei por onde começo. Não agüento mais essa falta de motivação constante. Eu amo viver, sempre tive prazer nas mínimas coisas. Quero voltar a ser a mesma de antes.

domingo, janeiro 22, 2006

O Mundo

Você que já esteve no céu
Foi tudo divertido pra você?
Chega a hora então de provar tudo que existe
Tire agora os sapatos, jogue tudo pro alto, sinta o chão
Pra aprender a andar descalço
Nesse mundo de asfalto e sem coração
Até que o mundo gire ao seu redor

Obrigado por passar mas estou de saída
Tem alguma coisa nova pra fazer?
Vamos lá então ter um dia diferente
Eu só quero curtir, ficar a toa, viver numa boa
E você quer respostas, exige provas, músicas novas
Até que o mundo gire ao seu redor

Vão falar que você não é nada
Vão falar que você não tem casa
Vão falar que você não merece, que anda bebendo e está perdido
E não importa o que você dissesse
Você seria desmentido
Vão falar que você usa drogas e diz coisas sem sentido
Se eu for ligar para o que é que vão falar não faço nada

Eu procuro tentar entender
Porque eu sou tão importante pra você
Já que é bem melhor ser importante pra si mesmo
Eu não quero mudar, ser mais discreto, ser mais esperto
Já cansei de propostas de dar respostas e ter que dar certo
Até que o mundo gire ao meu redor

Vão falar que você não é nada
Vão falar que você não tem casa
Vão falar que você não merece que anda bebendo e está perdido
E não importa o que você dissesse
Você seria desmentido
Vão falar que você usa drogas e diz coisas sem sentido
Se eu for ligar para o que é que vão falar não faço nada

Capital Inicial

sábado, janeiro 21, 2006

Não fui à praia hoje. Tava todo mundo ocupado demais pra me dar atenção.