Histórias de Busão

Uma história de amor e ódio àquele que me conduz diariamente ao meu destino. Busão, sei que um dia ainda vou lhe agradecer muito.

terça-feira, janeiro 17, 2006

Cheguei há pouco do médico, tomei banho e agora estou aqui, diante de Thomas (para quem não conhece, esse é o nome do meu PC). Coloquei Smash para ouvir (um álbum que carrega consigo um trecho legal da minha vida) e estou agora escutando Self Steem, uma música com que me identifiquei muito. Voltei do médico com um pouco menos de fé do que fui.
*****************************
Situando os fatos... (Vou ter que voltar um pouco até o ano passado.)
*****************************
Quando o recesso começou, eu estava ávida para fazer muita coisa que não tinha tempo de fazer e, ao mesmo tempo, muito cansada. O Natal foi tranqüilo (apesar do estresse por minha prima — maior de idade, vacinada — ter feito uma tatuagem). Como combinado, planejado, replanejado, ultraplanejado, eu e meu namorado fomos para Porto. Foi um bom passeio (apesar de o primeiro dia não estar ensolarado e tal), me diverti e até descansei. Apesar do medo de viajar (uma espécie de pressentimento ruim), tudo correu bem.

Voltamos no início da tarde do dia seguinte. Almoçamos com Mainha, e, depois do almoço, tudo começou. Um dor entre o abdômen e o tórax, que a princípio parecia gases, evoluiu para uma situação insuportável, quando até a respiração doía. Tarde da noite, sem transporte para me remover até um hospital, a solução foi ligar para o plantão e ser consultada... por telefone! Nada de gases, uma dor muscular decorrente de esforço físico, tomo eu um relaxante muscular. Esse relaxante me causa uma gastrite, e aí começa todo o estresse. (Not the one, eu adoro essa música.)
****************************
Não achei a melhor das idéias amanhecer o dia 31 de dezembro num hospital, mas fazer o quê? A dor no estômago já estava insuportável. “Suspenda o Tandrilax, tome Dorilax, Dimeticona, além de uma injeção de Ranitidina com Buscopan.” Para a dor, foi mesmo que água. Como se não bastasse o fim de ano ser sempre uma época conturbada entre mim e meu namorado (por questões “ideológicas”) e eu estar com TPM, tinha isso: passar o réveillon com dor e sem poder comer comidinhas de festa.
****************************
O primeiro dia do ano foi meio conturbado, não senti grandes melhoras e ainda briguei horrores com meu namorado. Tinha que melhorar de qualquer jeito, pois a chave do escritório estava comigo, e amanhã eu tinha que estar lá cedo.
****************************
No primeiro dia de trabalho, amanheci com frio e dor de garganta, depois de uma noite maldormida. “O que será que está me acontecendo? Mais um problema?!” Fui ao trabalho. A dor de cabeça era tanta que eu chorava no ônibus e tava nem aí pra quem olhasse. Abri lá e, para minha sorte, demorou a chegar todo mundo e eu poder ir embora. Fui ao hospital, e aí a médica passou uma dieta detestável, Omeprazol e disse que a dor de cabeça era da gastrite e que estava tudo bem com minha garganta. Me deu atestado para apenas um dia. Volto para casa e passo a tarde queimando de febre e com dor.
****************************
No dia seguinte, claro que não tinha condições de trabalhar. Vou ao otorrino, e descubro que estou com uma amidalite dos dois lados. P*** que pariu, mais uma! “Dobra a dosagem do Omeprazol para proteger o estômago, você vai precisar de antibiótico.” Levoxin.
****************************
Tandrilax, Dorilax, Dimeticona, Ranitidina, Buscopan, Omeprazol, Levoxin. Mais de R$ 100,00 em remédios. O saldo dessa história toda.
****************************
Passei a semana me queixando da sorte, dizendo que estavam me macumbando, que tinha alguém com inveja de mim e coisas do tipo. Mas eu sabia que a única pessoa que estava puxando minha vida para baixo era eu mesma. Por que estava me comportando (ou sentindo) assim, não sei, mas sentia que a culpa era minha. Talvez pessimismo. Talvez falta de auto-estima. Talvez insegurança. Talvez ansiedade. Ou tudo junto.
****************************
O quê? Listão?! Pronto: mais um motivo para me estressar. Ta bom: não estudei, não era a grande meta da minha vida, mas aquele ritual social que envolve o vestibular me deu nos nervos. Mas que surpresa: eu passei.

(Está tocando She’s got issues. Tenho a impressão de que essa música foi feita para alguma pessoa muito parecida comigo. Principalmente aos 17. Talvez por isso seja minha preferida. Quem conhece sabe.)
****************************
Meu irmão veio passar um tempo aqui devido à cirurgia da filha mais velha. Não deu pra conhecê-la, mas, fazer o quê? Ainda não foi dessa vez. Estava há quase três anos sem vê-lo, ele ainda não conhecia meu namorado. No FDS, ele esteve aqui, junto com alguns amigos e meu namorado. Depois estendemos a farra no Burburinho. Não gostei daquele lugar, mas quando teria outra oportunidade de sair com meu irmão? Cheguei em casa às 5h30 da manhã.
****************************
Eu achei que viria meu irmão antes de viajar, mas não deu. Isso me deixou muito triste. Também não deu pra ver meu namorado, pois ele estava de plantão. Resumindo: o domingo foi um dia sacal.
****************************
Ler algo na Internet sobre depressão, borderline, distimia, ansiedade me encorajou a conversar com Mainha sobre o assunto. Eu sempre entendo essas coisas como sinais, e eu realmente não estava conectada naquele momento para ler sobre isso. O assunto veio parar na minha mão por acaso, pelo Orkut, e eu vi que necessitava investigar aquilo.
****************************
O que me faz chorar com muita freqüência, não ter saco para fazer nada (inclusive o que gosto), não suportar olhar para um prato de almoço, sentir um sono incontrolável e um frio noturno em pleno calor intenso do verão recifense? Isso me fez procurar um médico hoje, mesmo com medo de sair cheia de receitas de tarja-preta. “Você está bastante estressada e abalada emocionalmente, o que está interferindo no funcionamento de alguns órgãos vitais. Preciso de alguns exames para saber se isso já afetou suas taxas. Vou passar um medicamento fitoterápico, que nem precisa de receita especial.” Um bom médico. Só acho que Valeriana não vai resolver essa tristeza constante que estou sentindo, sem o menor motivo aparente. Mas vou tentar. Torço para que não me dê sono.
****************************
Acabo de receber um telefonema de uma amiga da minha mãe que toma Valeriana. Disse que era um bom antidepressivo, que fazia efeito, que dava apenas um pouco de sono. Vejamos.
****************************
Me esforcei para usar meu poder de síntese. Não deu.

1 Comments:

At sábado, 12 setembro, 2009, Blogger Creedence said...

Nó! Que deprê...Isso é muito Smash...Pare de escutar isso um pouco. Fume um baseado e vá à praia nadar...Cura demais! Melhoras!

 

Postar um comentário

<< Home